O livro O Caminho do Artista de Julia Cameron é uma verdadeira jornada de desbloqueio e redescobrimento da própria criatividade. A autora apresenta as mesmas estratégias e exercícios de seu curso de 12 semanas que ajuda artistas bloqueados a se recuperar. Julia Cameron tem uma visão linda da criatividade, como algo místico e transcendental, que é a própria representação do criador em cada um de nós. Por isso, decidi resumir as lições e frases do livro que mais me tocaram.
Lição 1:
Escreva três páginas matinais todos os dias. Escreva qualquer coisa que vier à mente, sem se preocupar com julgamentos e críticas. As páginas vão te ensinar a parar de julgar, a organizar as ideias, a entender melhor os pensamentos, a entrar em contato com seu eu mais profundo, a manter a disciplina, mesmo sem inspiração. Eu tenho feito esse exercício desde que comecei a ler o livro e posso dizer que o resultado é incrível. É praticamente uma meditação em forma de escrita.
Lição 2:
Temos dois tipos de cérebro: o cérebro lógico e o cérebro artista. O cérebro lógico é categórico, pensa de maneira ordenada, linear, faz julgamentos. Ele é responsável por nossa sobrevivência e se baseia em princípios conhecidos. Tudo que foge da lógica e da ordem é visto como algo perigoso. É ele que nos diz que precisamos ser sensatos. Já o cérebro artista é o inventor, a criança, o professor distraído. Ele é livre, faz associações, imagina. As páginas matinais ajudam o cérebro lógico, censor a se acalmar e permite que o cérebro artista brinque um pouco.
Lição 3:
Precisamos encher o poço. O poço interior é uma espécie de reservatório artístico ao qual recorremos quando precisamos de ideias. É como um lago cheio de trutas. O problema é que deixamos esse poço secar. Precisamos buscar ativamente encher nosso reservatório, buscando prestar atenção aos detalhes, buscando nos divertir, buscando experiências sensoriais, buscando novas imagens. Precisamos de atividades que estimulem o cérebro criativo e precisamos fazer isso de forma intencional. Caso contrário, o poço vai secar quando mais precisamos dele.
Lição 4:
Crenças negativas são apenas crenças e não fatos. Precisamos questionar as crenças que criamos sobre nossa criatividade ao longo da vida, para conseguir nos livrar do medo de assumir o que realmente queremos fazer. Muitas vezes, queremos realizar um trabalho criativo, mas sentimos que deveríamos estar fazendo outra coisa. É hora de questionar isso.
Lição 5:
O processo criativo deve ser seu foco, não o produto final.
Lição 6:
Receber críticas não é ruim, desde que ela seja uma crítica útil e não maldosa. A crítica útil te fornece a peça que estava faltando no quebra-cabeça. Ela te ajuda a ter clareza do que estava errado e de qual é o ponto de melhoria. Já a crítica inútil é pessoal, imprecisa, cheia de generalizações. Não há nada para ser aprendido ali.
Lição 7:
Às vezes, tudo que você precisa fazer para reativar sua criatividade e encher seu poço é ficar sem fazer nada. É a privação da leitura. É ficar sem acompanhar nenhuma notícia, sem acompanhar telas, sem ler nada. Isso te coloca de volta em contato com suas sensações e te ajuda a ouvir novamente sua voz interior. Para o artista, o recolhimento é necessário.
Lição 8:
Quando alguma coisa der errado, faça a pergunta certa. Ao invés de pensar “por que eu?”, pense “o que posso fazer a seguir?”; “como esse erro ou perda pode servir ao meu trabalho?”
Lição 9:
Não existe idade certa para fazer alguma coisa. “Estou velho demais” ou “vou fazer isso quando me aposentar” são táticas de fuga usadas para não enfrentar o medo de tentar. Mas a criatividade acontece no momento e no momento não temos idade. Tenha mentalidade de iniciante, para manter acessa sua capacidade de exploração.
Lição 10:
O desejo de ser um grande artista, um grande profissional, te impede de começar. Para ser grande, você precisa ser alguma coisa primeiro. Quando você pensa apenas no resultado final, esquece de se divertir no processo e aí o resultado não vem.
Lição 11:
Para muitas pessoas, o vício em trabalho é uma fuga é a principal razão dos bloqueios criativos. A fim de recuperar nossa criatividade, devemos encarar o workaholismo como um bloqueio, não como algo construtivo. O segredo é definir o que é excesso de trabalho, qual é seu limite.
Lição 12:
A fama é uma droga espiritual. Ao invés de escrever por escrever, fazer por fazer, o reconhecimento passa a ser o objetivo e não apenas a publicação. Você quer saber o que os outros estão achando e não se o trabalho é bom. O mesmo acontece com a competição. “o desejo de ser o melhor pode sufocar o simples desejo de ser.” Como antídoto, precisamos aprender a aprovar a nós mesmos. Comparecer ao trabalho é a vitória que importa.
Lição 13:
Precisamos nos libertar do conceito de que o valor do trabalho é determinado pelo valor de mercado do trabalho. A credibilidade reside em mim, não no outro. Precisamos aprender a fazer o trabalho que precisa ser feito, que quer ser feito, sem se preocupar tanto com a recompensa. A própria criatividade é a recompensa.
É um livro realmente profundo e necessário para todos que desejam ter uma relação melhor com a própria criatividade.
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Boa leitura!
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